A depressão é uma perturbação mental comum que altera a forma como a pessoa sente, pensa e age. Assim, a pessoa deprimida tem uma visão negativa do eu, dos outros, do mundo e do futuro, o que a leva a uma tendência para focar a atenção em informação compatível com o seu estado de humor negativo (o que corre mal) e a desvalorizar a informação positiva (por exemplo uma tarefa bem sucedida). Esta tendência, é responsável pela manutenção e agravamento do estado depressivo. Esta perturbação pode ser desencadeada por qualquer acontecimento adverso da vida, principalmente perdas de vária natureza, ou problemas de difícil resolução.
Quais os principais sintomas da depressão?
A depressão caracteriza-se por perda de interesse em atividades de vida diária, por uma diminuição significativa da funcionalidade social e laboral, humor triste a maior parte do tempo, perda de energia, irritação fácil ou apatia, alterações dos padrões alimentares e de sono, baixa autoestima, culpabilização e desvalorização pessoal, falta de concentração e/ou alterações de memória e um padrão cognitivo pautado pela negatividade.
Qual a duração de uma depressão?
Algumas pessoas mantêm os sintomas depressivos por vários anos, ainda que com uma redução de intensidade e de frequência, e com redução do prejuízo funcional. Quando isto acontece, passamos a falar de distimia, ou seja, uma tristeza crónica caracterizada por uma sensação de vazio, de infelicidade e de irritabilidade fácil. Nestas situações, podem ocorrer depressões profundas ao longo do tempo sem motivo aparente, seguidas do atenuar dos sintomas, ou seja, o regresso à distimia.
Qual a diferença entre depressão e tristeza?
Estar deprimido é diferente de estar triste em consequência de desafios do dia a dia. A tristeza, por norma, dilui-se num curto período de tempo e não afeta a capacidade funcional.
A tristeza é então uma emoção normal e necessária na medida que nos permite refletir e adaptar à situação, e assim canalizar meios e energia no sentido de solucionar o problema que originou o sentimento. No entanto, uma tristeza perlongada no tempo pode desencadear uma depressão.
Como se trata a depressão?
O tratamento da depressão depende da gravidade do quadro clínico, de uma correta recolha da história de vida do paciente e da presença/ausência de outras doenças, sendo importante a realização de exames médicos para descartar causas fisiológicas.
Normalmente, os quadros depressivos de intensidade moderada a grave, beneficiam da associação entre psicoterapia e tratamento farmacológico.
A terapia cognitivo- comportamental é recomendada para o tratamento da depressão sendo que se foca na resolução dos problemas atuais, na ativação comportamental e, sobretudo, no reconhecimento de padrões de pensamento disfuncionais e respetivos padrões comportamentais associados, no sentido de auxiliar na sua alteração.
Sandra Henriques
Psicóloga Clínica
Fonte: APA. (2014). DSM – 5. Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, 5a Edição. Lisboa: Climepsi Editores
Imagem: Nihan Aydin/FreeImages
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